quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Pagu e São João da Boa Vista






Saí de São Paulo e fui a São João da Boa Vista em busca da historia de Patrícia Rehder Galvão, a Pagu, escritora, jornalista e militante política e cultural que nasceu em 1910 e morreu em 1962.



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Em São João da boa Vista, interior de São Paulo, a 230 Km da capital conheci a Estação de trem, da companhia  Mogiana,construída em 1886, por Nicolau Rehder. A imigração alemã na cidade veio com as empresas ferroviárias que antes prestavam serviços de transportes de pessoas e traziam desenvolvimento para os municípios.


 E a ferrovia ficou abandonada? Não! Hoje este prédio histórico foi totalmente reformado e restaurado, transformado em Espaço Cultural, abrigando os departamentos de Turismo e Cultura, o anfiteatro e Escola de música. Um orgulho para a população!








Carlos Castilho do departamento de cultura conta que o espaço foi concedido  e obteve um investimento muito bem gasto e bem aproveitado
"  O espaço da antiga estação ferroviária foi todo reformado e adaptado a partir de 2017 e começou a funcionar neste formato. Em maio de 2019 houve a inauguração oficial.
 Neste prédio histórico há também um teatro om 165 lugares, Academia de Letras, salas de aula para ensino de música e  utilização do prédio todo com bastante frequência.













Chama a atenção a Academia de Letras, fundada em 1971.









A diretora de Turismo Rose Vasconcelos fala dos eventos do departamento, que existe há dois anos e meio e menciona os principais como Parada de Natal e Festa Junina, quando se comemora também o aniversário da cidade, além do Carnaval. Ela revela que o principal atrativo é o Turismo Rural. E cita as cachoeiras e a Serra da Paulista como principais pontos.





Também comenta sobre a Feira de Artesanato, lembrando da importância do artesão joanense César Araújo,  das fotografias, cultura e gastronomia


Ao sair da Estação fui caminhar pela cidade e observei os belos casarões antigos 








A Catedral de São João Batista tornou-se referência. Ela completou 180 anos em 2018 e foi considerada monumento histórico do Estado por sua beleza arquitetônica.
O hotel que me recebeu foi o Magnólia, localizado na rua da Estação das Artes. Achei um charme!
Pequeno e aconchegante!




Inaugurado em 1914, a história do Teatro Municipal começou em 1911, quando jovens sanjoanenses retornaram dos estudos na Europa e nos Estados Unidos dispostos a incentivar a cultura em sua terra
O prédio histórico fica em frente à catedral, no coração da cidade!







 

No Museu encontrei
fotos antigas do Teatro








Fui recebida com toda simpatia pela Solange e a diretora Ana Paula  da AMITE- Associação dos Amigos do Theatro Municipal, cuja missão é levar cultura e entretenimento para São João e região.  

Caminhando um pouco mais, encontrei o Museu histórico, que funciona ali desde 1970. Dona Tita, como era conhecida, fez doação do mobiliário e peças antigas da família e amigos. São objetos vindos do interior,além de viagens pela Europa e Ásia.






 O material exposto sobre Pagu é esta pasta
com fotos e informações

Esta máquina de datilografia me fez lembrar aquela usada por Pagu ,exposta na Faculdade Santa Cecília em Santos, mantida pela professora, escritora e biógrafa Lucia Teixeira.

 Quando estive no Museu Histórico municipal descobri que esta foi a cidade natal também de outra grande mulher: a pianista Guiomar Novaes, que participou da semana de Arte moderna e ficou conhecida no mundo inteiro com seu talento musical.


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Ali estão expostos os belos vestidos e objetos usados por ela em alguns eventos.
Ao lado estão alguns móveis da casa onde viveu.




Além dos discos da famosa pianista que a atenciosa funcionária me apresentou.






O Centro Cultural Pagu está em reforma. Este local abriga uma biblioteca e a Casa do Artesão.



À noite as luzes já anunciam a chegada do natal no prédio da Prefeitura Municipal.


Mas o que eu mais procurava era a casa onde nasceu  Pagu

E a encontrei em uma rua de comércio da cidade. Exatamente na Rua Getúlio Vargas, 65.Que ironia, foi ele que mandou prendê-la a primeira vez!




Eis que se encontro uma bonita homenagem no mural de grafite, feita por Cláudio Ethos. Percebe-se a lágrima negra simbolizando o seu sofrimento! Sensibilidade de um artista!











E me lembrei do famoso verso de Raul Bopp " Pagu tem os olhos moles, uns olhos de fazer doer!"

  A musa do modernismo brasileiro, seduzida pelo mar, escolheu a cidade de Santos para viver,  mas nasceu entre as Serras da Mantiqueira, em meio a mutações de cores.
 Sua história começou em um lugar conhecido como "Cidade dos crepúsculos maravilhosos"





Annete Moreira para o Cult Tur






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