sexta-feira, 19 de maio de 2023

Pagu no Casarão da Dama e o Conselheiro

Eu procurava um lugar especial! Foi comentando sobre isso que Vera Lúcia Dias, guia de turismo e turismóloga, me indicou este Casarão do ano de 1870, no triângulo histórico do centro velho de São Paulo. Nós gostaríamos de um espaço para apresentar o espetáculo Olhos Moles, sobre a trajetória de Pagu, exatamente para lembrar a data de aniversário dela em 9 de junho. 














 Luis Antônio Santos fala da importância desta casa, onde viveu o Conselheiro Dutra






Logo que cheguei fui muito bem acolhida pela Cleide e pelo Luis, anfitriões e proprietários do Restaurante Cama e Café São Paulo.


Depois de ouvir a história contada pelo Luís e experimentar um almoço delicioso, oferecido gentilmente pelo casal, eu fiquei certa de que este seria o lugar ideal.

Pagu foi jornalista, escritora, militante política e cultural. Eu resolvi, depois de intensa pesquisa e entrevistas, escrever um texto inspirado em sua trajetória de luta e exemplo de grande mulher. Desde 2019, apresento este espetáculo, sob direção de F E Kokocht e Gilda Vandenbrande. 

Buscávamos um lugar onde Patrícia Galvão viveu na cidade de São Paulo, na década de 1930, onde fervilhavam os acontecimentos da modernidade  e agitação dos intelectuais paulistanos.




 O casarão do Conselheiro, hoje um excelente espaço cultural, fica ao lado de onde Pagu e Oswald de Andrade trabalharam no Jornal, bem perto do Largo São Francisco e a Faculdade de Direito. Do outro lado da rua fica a Casa da Marquesa de Santos, na rua Roberto Simonsen e ali perto a Praça da Sé e Pátio do Colégio.


Cleide, eu e Vera Lúcia




Kokocht com Cleide, Luis e eu





Vista do alto do Restaurante Cama e Café São Paulo, na rua Roberto Simonsen,79


Retornei no dia seguinte e tive a honra de acompanhar o lançamento do livro do professor e historiador de Guaratinguetá, Diego Amaro de Almeida, cujo título é A Dama e o Conselheiro.




Retrato do Conselheiro Dutra






Modelos da capa do livro
Dominique Mirian Alves de Souza como Maria Augusta de Oliveira Borges Oliveira Borges
e Diego Amaro de Almeida como Francisco Antônio Dutra Rodrigues( o conselheiro)

Aqui o professor Diego falava sobre a dama, que recebia o nome de Maria Eugênia







Público
Luis Antônio Santos apresentando um pouco do histórico da Casa do Conselheiro, hoje Restaurante Cama e Café São Paulo ao público



Estiveram presentes também alguns familiares do Conselheiro Dutra. 


Família do Conselheiro


Aqui o sobrinho neto Francisco Antônio Dutra Rodrigues, o historiador Diego Amaro de Almeida e sobrinho neto, José Dutra

 E pra minha surpresa, esta história tem relação com uma famosa lenda 

 A Loira do banheiro. História que ouvíamos quando crianças e tanto temíamos quando entrávamos no banheiro da escola. 


Trata-se da história de Maria Augusta  de Oliveira Borges, que se casou, aos 14 anos, com o Conselheiro Manuel Dutra Rodrigues. Ela vinha da família de um Visconde de Guaratinguetá, interior de São Paulo.


Maria Augusta fugiu depois de 5 anos de casada e foi viver no Rio de Janeiro. Mais tarde se mudou para Paris. Era uma mulher à frente de seu tempo.

Diego destacou a importância do Conselheiro, que fora professor da Faculdade de Direito, homem importante da época.


O historiador explicou que anos depois a moça morrera na França e seu corpo foi trazido de navio para o Brasil. .O corpo embalsamado demorou quatro meses para chegar à cidade de Guaratinguetá

Ele contou que a mãe, quando recebeu o corpo, não permitiu que a enterrassem. Um dia Maria Augusta surgiu em sonho, pedindo para ser enterrada.

Segundo estudos de Diego foi a partir daí que surgiu a lenda  a LOIRA DO BANHEIRO, narrada brilhantemente no seu livro, depois de extensa pesquisa dos fatos.


 Cleide, Luís e Diego


Envolto e histórias e lendas temos hoje a oportunidade de encontrar pessoas  imprescindíveis para nossa cidade e momento histórico, como a Cleide e o Luís que apoiam a cultura e a preservação da nossa história assim como Diego, este grande professor e escritor, que acima de tudo valoriza nosso patrimônio cultural.


No dia 9 de junho haverá um passeio turístico com a turismóloga Vera Lúcia Dias, sempre valoriza o centro da cidade de São Paulo, depois haverá um almoço preparado especialmente para este dia e a apresentação de Olhos Moles, sobre a trajetória de Pagu.




Assim seguimos com nosso papel de difundir ideias e histórias em  busca de um mundo melhor.

Afinal, como dizia o poeta, precisamos conhecer nossa aldeia, nosso mundo para nos conhecermos.


Annete Moreira para o Momento Cult Tur e Rádio Marca Brasil

www.radiomarcabrasil.com