Com sua tradicional igrejinha, palco de muitas histórias e encontros amorosos!
E terras férteis com campos verdes! O sertão que faz a alma da gente chorar de saudade!
Tenho uma história afetiva ligada a estas terras, por causa do meu avô materno José Cândido. E é sobre este lugar cheio de belas lembranças que vou falar agora. Conhecer o passado nos ajuda a entender melhor a nossa realidade atual. Sim, porque nossa terra faz bater nosso coração de forma diferente... o cheiro, o olhar, tudo muda... a memória busca momentos de encanto, envolvida em recordações- com o rio, as árvores, a poeira e a lama da terra vermelha... o pegar goiaba no pé e gritar quando vinha com bicho dentro (rsrsrs), o lambuzar-se com as mangas, assustar se com o escuro, e alegrar-se com as brincadeiras de infância. Mas nada comparado a lembrança das pessoas, do falar mansinho, do andar tranquilo, do sorriso cativante e do abraço. Sim, pois nada substitui a simplicidade e o bom coração!
Ao pesquisar sobre o local encontrei histórias de pessoas que vieram pelas bandas de lá por volta de 1851 da cidade mineira de Pouso Alegre
Homens que desbravaram estas terras, conhecidas por sua fertilidade, enfrentando de maneira apaziguada os índios Xavantes que ali viviam.
" Terra boa,com abundancia de água e de madeiras de lei"
Encontrei também escritos de 1926 sobre as terras de José Antonio Vieira e outros...meu avô plantava café, e me disseram que gostava de ouvir rádio...e era generoso!
Para conhecer melhor a vida de hoje conversei com o Beto, da propriedade Rural Irmãos Cândido. Eles vivem ali por toda a vida, no meio de casas e árvores, plantações e animais de estimação.Formado em Geografia, Beto chegou a dar aulas mas sua paixão mesmo é a terra.
Entre as famílias e seus plantios, constroem suas vidas e sustentam seus filhos e netos.
Viver da terra! Um sonho que realizam no cotidiano de maneira natural, com a mansidão que precisamos ter e que só conquistamos com a sabedoria!
Hoje eles plantam sob as grandes estufas para ter mais segurança. Na rotina do dia-a-dia abastecem a região e depois fornecem para o Ceasa na capital. Para o abastecimento, cultivam grandes e bonitos pimentões, além de pepinos e tomates de qualidade.
Rinaldo, publicitário e ávido leitor, acompanhou toda a explicação do processo do trabalho. Curioso, sempre gostou das lembranças daquele lugar. Ficou inconformado quando soube que teriam que derrubar a casa antiga!
Enquanto eu observava o brilho do sol nos despertando para um novo dia!
A velha casa da família, que serviu como abrigo durante tantos anos deixou saudades de um bom tempo que ficou!
E a nova já equipada com TVs e fogões a gás, além das novidades tecnológicas dos celulares e da Internet
O cavalo de estimação da família continuava impassível no pasto que o entretinha
Assim como o novo caminho para a boa safra através das Estufas, que servem para proteger do sol e da chuva.
Hoje as novas gerações cuidam do plantio e manejo da terra. Ainda permanecem a calmaria, a boa prosa,os festejos, o cheiro da comida saindo quentinha... e o sentimento bom de quem vive no sítio.
A filha do Beto, a Natany, estuda Agro Negócios, e está bem empolgada, com idéias e planos para o futuro. Ela percebeu esta necessidade, porque o mundo globalizado e tecnológico exige outros preparos. E assim a vida segue.
O filho da Natany já está conectado com seus games
Enquanto o pequeno da cidade fica fascinado com o mundo da roça
E a família se reúne para encontros de alegria e afetos
Fomos embora com o coração apertado, deixando um pedacinho de nós!
Afinal o que nos moveu ali foi o amor, que é o que realmente importa!
E assim retornamos, contemplando a natureza e refletindo sobre o significado da vida. Significado este que só o poeta pode nos traduzir em versos:
" Caminhar com bom tempo, numa terra bonita, sem pressa, é ter por fim da caminhada um objetivo agradável
Eis, de todas as maneiras de viver,
Aquela que mais me agrada"
Jean Jacques Rousseau
Quero agradecer pelos ensinamentos e toda a atenção que sempre nos receberam
Annete Moreira para o Cult Tur
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